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Opinião

Retorno de Amanda Nunes ao UFC era o que o MMA feminino precisava

Nos últimos anos, o MMA feminino perdeu parte do brilho que outrora conquistou. As audiências caíram, as categorias pareciam travadas e o surgimento de novas estrelas com apelo midiático genuíno tornou-se cada vez mais raro. A aposentadoria de Amanda Nunes, em 2023, simbolizou esse período de baixa. Sem a presença da maior lutadora da história do esporte, o UFC viu seu elenco feminino perder protagonismo nos cards principais e na atenção do público.

Por isso, o anúncio do retorno de Amanda representa muito mais do que a volta de uma campeã. Ele resgata o interesse de uma parcela do público que havia se desconectado e reacende a chama da competitividade nas divisões femininas. A baiana, ex-campeã simultânea dos pesos-galo e pena, coleciona vitórias sobre nomes históricos como Ronda Rousey, Cris Cyborg, Valentina Shevchenko e Miesha Tate. Seu legado é inquestionável -- e sua presença no octógono atrai olhares do mundo todo.

O timing desse retorno também é perfeito. Kayla Harrison, bicampeã olímpica de judô e atual sensação nos Estados Unidos, finalizou Julianna Peña com facilidade no UFC 316 e conquistou o sonhado cinturão - título que já pertenceu a Amanda. E, ao final da luta, ela dividiu os holofotes com a brasileira em uma encarada que o público aguardava há tempos, iniciando a promoção do embate entre elas.

Este duelo tem todos os ingredientes de uma superluta: narrativa envolvente, contraste de estilos, rivalidade velada desde os tempos em que ambas treinavam na American Top Team e, claro, o peso simbólico de duas atletas que representam excelência em seus respectivos esportes. A expectativa em torno desse confronto já garante uma visibilidade que o MMA feminino há muito não alcançava.

Se bem promovido, Amanda vs. Kayla tem tudo para ser um sucesso de vendas e audiência. Mais do que um duelo técnico de altíssimo nível, trata-se de uma oportunidade real de recolocar as mulheres no centro do octógono - e dos holofotes. E, com isso, todas as lutadoras saem ganhando, independentemente da categoria de peso ou do evento em que atuam.

Bem-vinda de volta, Amanda.

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