Gabi Giovannoni

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Opinião

Amizade e tempo de entrosamento moldam os dois times campeões da NBA

Semana passada, Myles Turner, do Indiana Pacers, deu uma entrevista pós vitória falando sobre o poder da amizade e como eles se divertem juntos. O tom foi de brincadeira, mas a gente pode ver muito desse poder em ambos os times que chegaram à final da NBA esse ano.

Construir uma equipe campeã leva tempo, ao contrário do que muitos podem acreditar, tempo de quadra e jogo coletivo caminham juntos. Um não existe sem o outro. São meses e mais meses convivendo diariamente, geralmente os atletas passam mais tempo juntos do que com a própria família. Entre viagens e treinamento durante a temporada, é primordial construir uma mentalidade para o coletivo.

Jalen Williams corroborou com a frase do Turner e deu outra declaração sobre como é importante criar vínculos dentro de quadra. Se você olhar os pós jogos do Oklahoma City Thunder, eles têm uma mania de jogar várias toalhas em cima de quem está dando entrevista. Já virou um ritual deles e é uma forma de diversão. São rituais simples, mas efetivos.

Outro fator interessante é que ambas as equipes foram formadas através do draft e isso diz muito sobre a nova cara da NBA. Escolhas de draft levam tempo para maturarem, são atletas recém chegados na liga e precisam aprender a se adaptar rapidamente. É um luxo que poucas equipes têm.

Deixa eu me explicar: As grandes franquias pensam em títulos a curto e médio prazo. O Lakers, por exemplo, não é um time que constrói jogadores, ele tem algumas peças de draft mas que não são futuras estrelas ainda. O mesmo vale para o Boston que também não pode justificar a falta de títulos porque está tomando o seu tempo na construção do time.

Ter tempo é um luxo que somente algumas equipes possuem. Juntar doze jogadores e deixar que eles encontrem esse ritmo coletivo requer tempo e ficar trocando de jogador a cada ano não resolve essa equação. Ambos os times que estão na final deste ano tiveram o privilégio do tempo e da não pressão para vencer. Isso ajuda e muito a longo prazo.

Indiana Pacers trouxe Tyrese Halliburton de uma troca com o Sacramento Kings. Antes disso eles draftaram Paul George, que ficou na equipe até 2022. Oklahoma City Thunder tem uma história mais longa, eles conseguiram trocar Paul George (sim, PG é responsável pela montagem dos dois elencos que estão na final da NBA) para o Clippers e receberam Shai Gilgeous-Alexander e mais 6 escolhas de primeira rodada de Draft.

Foi necessário muita paciência de ambas as equipes até chegarem onde estão hoje. Dois times com profundidade de elenco, o que faz com que a rotação aumente e, consequentemente, melhore a adaptação de quadra em cada jogo.

O tempo parece ser a palavra-chave dessa final de NBA, tanto para construção do elenco mas principalmente para o grupo. Isso você não consegue adquirir, você não compra entrosamento. Não adianta forçar, nem acelerar o processo.

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Indiana Pacers e Oklahoma City Thunder são, sem dúvida, os melhores times atualmente da NBA. Mercados pequenos e muito entrosados que contam com o benefício do tempo e o poder da amizade.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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