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Alcaraz e Sinner já preenchem lacuna deixada por Federer e Nadal

"Sem Federer, o tênis nunca vai ser o mesmo. Acabou para mim."

"Agora que Nadal aposentou, o tênis perdeu a graça. Parei de ver."

Se você usou alguma rede social nos últimos cinco anos, provavelmente leu algo parecido. Eu li centenas. Há um quê de exagero em toda declaração do tipo, mas é assim a relação entre fã e ídolo. Há de se esperar esse exagero, essa sensação meio vazia, quase apocalíptica, quando a maior referência de alguém no esporte deixa de competir.

Para mim, aconteceu pela primeira vez com Andre Agassi. Foi quem fez eu me apaixonar pelo tênis, comprar raquetes, pisar numa quadra e aprender a jogar (e ainda uso a linha Radical da Head, a mesma que era dele e, depois, de Andy Murray, meu último grande "herói" na modalidade).

Desde então, vi as aposentadorias de Guga, Del Potro, Safin, Clijsters, Barty, Murray e, claro, Federer e Nadal. Todos, cada um de seu jeito, tiveram algum significado especial para mim. E nem estou falando do meu trabalho como jornalista, embora o "pessoal" esteja conectado fortemente ao "profissional" no meu caso.

Chegamos, então, ao momento de Carlos Alcaraz e Jannik Sinner, que acabam de fazer uma final antológica em Roland Garros. Dois tenistas que venceram os seis últimos torneios do Grand Slam e que, no momento, ocupam as duas primeiras posições do ranking mundial - e um circuito que ainda conta com o grande Novak Djokovic, é bom ressaltar.

Trata-se de um novo, diferente e fantástico momento para o tênis. Alcaraz traz o calor mediterrâneo, o instinto, o carisma, a fantasia. Sinner tem a frieza para aplicar sua técnica refinada e atropelar rivais de forma implacável. Ambos são educados, se admiram e se respeitam, mas há um apaixonante contraste de estilos e personalidades dentro e fora de quadra. E ambos parecem tirar o máximo um do outro quando há tanto em jogo.

Voltando à primeira frase deste texto, o tênis não será o mesmo sem Federer. Sempre sentiremos a falta do suíço. Como sentimos da frieza de Borg e das loucuras de McEnroe. E do neon, dos jeans e da careca de Agassi. E do tênis leve e carismático de Guga. E das calças, do spin e da luta de Rafa. Todos grandes deixam suas marcas. Hoje é a vez de Sinner e Alcaraz (e, quem sabe, Fonseca daqui a algum tempo!). E o tênis segue tão apaixonante quanto sempre foi.

Coisas que eu acho que acho:

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- Não levem a sério demais as referências dos últimos parágrafos. Nem Borg foi só frieza nem McEnroe foi só loucura. Agassi foi, certamente, muito mais do que neon, jeans e careca. Daria pra passar meia hora listando as qualidades de cada um. Citei apenas alguns de seus traços marcantes.

- Dá para ver, aqui e ali, algumas semelhanças entre Fedal e Alcasinner. Os contrastes da dupla atual não são tão acentuados como os da rivalidade entre suíço e espanhol, mas há elementos em comum, como o número 2 obtendo uma sequência de vitórias sobre o número 1. É ótimo para o esporte.

- A "renovação" do tênis, tanto com o surgimento de novas rivalidades quanto com a evolução física, técnica e tecnológica, é apaixonante. E, como escrevi ontem, a modalidade não precisa de novas regras mirabolantes ou que reduzam a duração dos eventos mais importantes.

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Opinião

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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