Juntos ou cada um na sua? O que a ciência diz sobre pet dormir na cama

Pode confessar: se você tem pet, ao menos uma vez na vida já dividiu as cobertas com ele, não é? A boa notícia é que a ciência não vê grandes problemas nisso — desde que alguns cuidados sejam tomados.

Estudos mostram que conviver com cães e gatos pode ser muito vantajoso para a saúde. Eles ajudam a reduzir o estresse, combatem a depressão e até fortalecem o sistema imunológico. O simples fato de acariciar um animal de estimação já libera ocitocina, o chamado "hormônio do amor", responsável por promover sensação de bem-estar. Dormir com eles pode reforçar ainda mais essa conexão emocional.

Agora, se a presença do seu pet na cama virou condição essencial para você conseguir dormir, esse ponto pede atenção. Algumas pessoas desenvolvem uma dependência emocional tão intensa com seus animais que só pegam no sono quando estão ao lado deles. Isso pode indicar sentimentos como solidão, ansiedade ou culpa por passar o dia longe de casa.

Dormir com o pet, nesse caso, deixa de ser um hábito saudável e vira um termômetro de desequilíbrios emocionais. Se você se identifica com essa situação, talvez seja hora de repensar o relacionamento e, se necessário, buscar apoio psicológico.

Atenção aos riscos invisíveis - e reais

Antes de puxar o cobertor e chamar o pet para dormir, um checklist de saúde é indispensável. Animais que não estão com a vacinação em dia, não foram vermifugados ou têm acesso livre à rua podem ser vetores de zoonoses — doenças infecciosas que passam dos bichos para os humanos por meio de saliva, urina, fezes ou arranhões.

Cães e gatos também carregam fungos e microrganismos na pele e na pelagem, principalmente quando muito densa. Embora muitos sejam inofensivos para adultos saudáveis, eles podem causar infecções ou micoses, sobretudo em pessoas com baixa imunidade. Por isso, a regra número um é: higiene em primeiro lugar. Pet limpinho, dono saudável.

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Imagem: Ivette Ivens

E os bebês?

Se há um recém-nascido em casa, é melhor manter os pets longe do berço. Além do risco de sufocamento acidental, há a questão do sistema imunológico da criança ainda estar em desenvolvimento. Nessa fase, qualquer contato com saliva ou fezes de animais pode ser perigoso.

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Mas nem tudo é restrição: ter um pet em casa, por exemplo, pode ajudar a criança a não desenvolver alergias ou asma. Estudos mostram que, quanto maior o contato com pelos durante a infância, maior a tolerância aos agentes que provocam crises alérgicas. Só não vale deixar o pequeno beijar o focinho do bicho, já que a flora microbiana ainda está em construção.

Para uma convivência saudável e segura

O ideal é que os pets tenham seus próprios itens, como camas, mantinhas, brinquedos, potes de comida e água, e uma caixa de fezes (no caso dos gatos);

Para dormir na cama, é importante que o tutor não tenha alergias respiratórias, distúrbios do sono ou sinais de dependência emocional;

Melhor evitar as lambidas no rosto. Embora pareça uma prova de amor, isso pode ser uma via de entrada para várias infecções;

A dica acima também vale para mordidas e arranhões — até os mais "de brincadeira" podem se tornar porta de entrada para bactérias indesejadas.

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A verdade é: dormir com o pet pode ser uma fonte de conforto, bem-estar e vínculo afetivo. Mas como em qualquer relação, o segredo está no equilíbrio.

*Com informações de reportagens publicadas em 24/05/2023, 10/03/2021 e 09/09/2019.

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