Allan Simon

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ReportagemEsporte

Equipe da TNT aprova 'nova Champions' e projeta show de torcidas na final

A TNT Sports mais uma vez terá transmissão com equipe 100% in loco na final da Liga dos Campeões da Europa. Amanhã, quando PSG e Inter de Milão se enfrentarem pelo título mais importante do continente, em jogo que será realizado a partir das 16h (horário de Brasília), um time de três correspondentes internacionais vai abastecer com informações a jornada liderada pelo narrador André Henning, que terá ao lado os comentaristas VSR (Vitor Sergio Rodrigues), Bruno Formiga e Rafinha, ex-jogador do Bayern de Munique.

A cidade de Munique é justamente o palco da decisão da temporada 2024/25, que já era histórica antes mesmo de começar. Foi a partir desta edição que a fase de grupos acabou substituída pela fase de liga, que colocou 36 times em uma classificação única, com cada equipe jogando oito partidas em uma distribuição de adversários baseada em critérios de ranking para tornar a disputa mais justa.

Os correspondentes internacionais que vão levar as informações dessa final ao público que assistir ao jogo pela TNT, na TV paga, ou na Max, no streaming por assinatura, serão Clara Albuquerque, que cobre o PSG e é baseada atualmente na França, Arthur Quezada, que mora em Portugal e está cobrindo a Inter de Milão nesta Champions, e Fred Caldeira, que fica na Inglaterra e vai reforçar a cobertura da final.

A coluna conversou com os três repórteres da TNT Sports para falar um pouco sobre a nova Champions, que eles aprovaram após o primeiro ano de disputas, e o clima para a decisão de amanhã, que eles esperam ser de um espetáculo promovido pelas duas torcidas, a do PSG e a da Inter de Milão.

Nova Champions

Eu acho (o formato) muito, muito bom. Não é porque eu trabalho na empresa que transmite para o Brasil, eu realmente gostei mais. Achei que a primeira fase ficou melhor. A fase de grupos, ela tinha, por diversos motivos de concentração de grana em países, em ligas, em clubes, ela tinha ficado muito burocrática, muito protocolar, com exceção de um ou dois grupos por temporada, né? Então, você acabava tendo as últimas duas rodadas, às vezes, se não certamente a última da fase de grupos, com metade dos jogos com times poupando titulares, pensando muito mais na liga nacional, sem qualquer necessidade de pontuar e tendo que se tiver uma crise, vai lá enfrentar um clube muito menos poderoso e um jogo muito mais fácil para você conseguir classificar-se direto para as oitavas.

Eu não sei se o que aconteceu nessa temporada vai acontecer nas próximas, porque acho que pegou muita gente de surpresa. Talvez nas próximas a gente tenha menos surpresas porque as pessoas os clubes vão ficar mais preparados com esse novo formato. Mas foi, pô, maravilhoso você ver o Lille indo direto para as oitavas e o Manchester City quase eliminado, o Real Madrid tendo que raspar o tacho no fundo do barril para conseguir se classificar nos play-offs. - Fred Caldeira

Eu acho que a gente teve muito pouco jogo que não valia nada, e isso é o que mais me pega. Porque, por exemplo, o Paris Saint-Germain quase não tá aí (na final). Quase ficou de fora dos 24 primeiros colocados. Então, assim, todo jogo eu tinha a sensação de que havia um senso de urgência muito grande das equipes. Não teve jogo morno. E isso foi muito bom para a competição, e eu acho que também tornou a coisa mais democrática, possibilitou outros times conseguirem a vaga nos play-offs e aí é muito mais fácil para times que têm menos orçamento, para times que não têm o poderio financeiro de outros. E e a gente sabe que o futebol é democrático, mas nem tanto.

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E a gente viu times, por exemplo, o Celtic, eu estava nesses dois jogos contra o Bayern de Munique, quase complicou a vida do Bayern, o Bayern quase não foi para as oitavas de final e o Celtic sonhou ali com a possibilidade porque se classificou lá atrás, mas se classificou para os play-offs. Então eu acho que tornou todo jogo um pouquinho mais apimentado do que a gente tinha antes. - Arthur Quezada

Acho (legal) essa questão da urgência e especialmente de você ter aquela última rodada com todos os jogos ao mesmo tempo em que praticamente todos valiam alguma coisa. Porque não é que um (jogo) valia apenas a classificação, valia também a posição na tabela. E isso mudava completamente, um gol ali, outro gol acolá mudava a tabela.

Esse senso de urgência de cada jogo valer. Normalmente nas últimas duas rodadas, o Manchester City já estava classificado, o Barcelona já estava classificado, o Real Madrid já estava classificado. Agora, quase todas essas equipes estavam brigando ou pela classificação, ou pelo lugar na tabela. Então, isso para mim é um sucesso absoluto desse novo formato também. - Clara Albuquerque

Show de torcidas

Apesar de ser conhecido pelos investimentos recebidos do fundo do Qatar nos últimos anos e por contratações de peso, como Lionel Messi, Neymar e Mbappé, o PSG pode conquistar a Champions League justamente quando não tem mais nenhum desses três jogadores. E carregando a fama de uma das torcidas mais apaixonadas da Europa, o que parece um contrassenso diante da imagem de um clube impulsionado por dinheiro de fora. Do outro lado, uma Inter de Milão também empurrada por seus fanáticos.

A coluna perguntou sobre o clima e atmosfera que os três correspondentes da TNT Sports esperavam encontrar em Munique nesta final.

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Bom, particularmente do lado do PSG, e eu acho que vai ter muito disso da Inter também, são duas torcidas que sofreram muito nos últimos anos. Se a gente pega a trajetória do PSG, é uma equipe que em muitos momentos virou piada, em muitos momentos foi humilhada, teve derrotas e fracassos que viraram memes. E é uma equipe que sofreu com isso, aprendeu com isso, mudou completamente o projeto para se tornar uma equipe mais coletiva, com identidade, com muito mais elementos, e muito mais ingredientes, mas principalmente com mais conexão com a sua torcida.

Eu espero uma atmosfera nesse sentido da torcida do PSG, de muito orgulho da equipe, porque é uma equipe que passou por uma transformação muito grande e isso se reflete na sua torcida. E a Inter também tem uma sensação de um pouco brigar contra os grandes, né? Não é uma equipe que que tem os maiores investimentos, que tem os melhores do mundo e que ainda assim, nos últimos anos, tem conseguido bater de frente com grandes equipes. Não é à toa que estava na final contra o City. Então, eu acho que vai ter uma um ambiente de muito orgulho dessas dessas duas torcidas.- Clara Albuquerque

O alemão, por natureza, já gosta muito de futebol, né? A gente fala que no final das contas, você ter um jogo, dentro de uma cidade alemã e tão decisivo, vai fazer com que a cidade viva isso, né? E Allianz Arena é um estádio muito propício a isso também, porque é um estádio muito grande, mas, ao mesmo tempo, é aquele estádio que condensa muito a atmosfera e que transmite isso para o campo, né? Eu faço muitos jogos do Bayern de Munique, então acompanho muito de perto o que é o ambiente de Allianz Arena.

A gente tá falando das duas melhores torcidas da Liga dos Campeões. O Paris Saint-Germain muitas vezes é subestimado. A torcida do PSG é incrível, e as pessoas no Brasil acham que não, porque é um time muito novo e têm razão, porque é um time muito novo, mas a torcida organizada do Paris Saint-Germain é uma das mais pulsantes e potentes da Europa, não só dentro de casa, mas fora de casa. Então, eu espero em Munique uma torcida insana, até mais do que a própria Internazionale, tá?

E do outro lado tem a Internazionale, que é pura paixão italiana, né? Os italianos, a gente sabe como é que são, os caras precisaram de atendimento médico no último jogo nas arquibancadas para sobreviver ao que aconteceu em Barcelona. Então, certamente vai ter também uma uma festa muito grande da torcida. Munique é uma cidade muito fácil. Então, acho que isso vai facilitar. - Arthur Quezada

Em termos de ambiente, de torcida, com todo o respeito ao Real Madrid, eu já cobri título do Real Madrid com o torcedor aplaudindo sentado. Então, assim, o costume de vencer traz um pouco essa essa sensação de que aquilo é normal, né? A gente já teve isso em Copa do Mundo. Saudade de ter esse sentimento, mas a gente não tem mais. O Real Madrid tem muito isso. Então, você tem uma torcida da Inter que, pô, não é campeã há 15 anos. Então, tem uma geração aí que ou não viu, ou não lembra do último título da Inter na Champions, e um que nunca venceu. Você vai ter todo mundo ali absolutamente na beira da cadeira, nas arquibancadas, torcendo por qualquer bola dividida, por qualquer lateral, por qualquer escanteio. Certamente muita gente vai viajar sem tickets, sem bilhete. Vai ter um telão, né, ali perto do Parque Olímpico para quem não tiver ingresso. Então, vai ser um ambiente diferente, acho, dos últimos anos. - Fred Caldeira

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Clara Albuquerque ainda lembrou que esta será a primeira vez que a torcida do PSG vai viver uma final de Champions in loco, já que na única outra decisão disputada pelo time francês, em 2020, o cenário de pandemia forçou a realização do jogo contra o Bayern de Munique com portões fechados. O time alemão foi campeão na ocasião.

Missão profissional

Cobrir uma final de Champions League in loco, seja ou não a primeira, é sempre um evento marcante na carreira de qualquer jornalista. A coluna perguntou ao trio de correspondentes da TNT Sports qual o sentimento e a missão de viver e reportar essa decisão na Alemanha, mas principalmente quais são os desafios quando a comparação passa a ser com o próprio trabalho da emissora em temporadas anteriores, já que a exclusividade em TV paga está completando 10 anos, desde o antigo Esporte Interativo.

O nosso desafio é fazer a mesma coisa, só que melhor. A gente tem novas histórias, a gente tem novos personagens, é uma final muito especial, para o meu lado, obviamente, porque existe a possibilidade de um campeão inédito, que é o PSG, que é o clube que eu vou cobrir. Então, tenho o desafio de trazer uma nova história e eu acho que no fim das contas, é o fechamento de uma nova Liga dos Campeões, né? A gente tem uma competição que tem um novo formato e a gente fecha um novo formato que deu muito certo, né? Então, acho que o desafio é trazer essas novas histórias com com o nosso jeito, com a mesma paixão que a gente entrega. Com a mesma proximidade do público que a gente entrega com esse novo formato e com novas histórias. - Clara Albuquerque

Eu acho que a novidade é o Paris Saint-Germain lá, né? Em 2020, já teve. Inclusive, eu estava nesse nesse jogo, a final de Lisboa. Pouquíssimos jornalistas estavam por conta da covid-19, infelizmente. Na época, só eu pude cobrir porque a empresa não permitia que viajássemos entre países. Mas o PSG chegar com a sua torcida e depois de deixar para trás o rótulo daquele 'time gastão' e de grandes superestrelas, é talvez a a grande novidade. - Arthur Quezada

Complementando em termos de transmissão, da nossa cobertura, a gente vai ter o Rafinha, que é depois do Élber, o maior brasileiro da história da cidade que vai receber essa final. Então, vai ser muito importante contar com o Rafinha lá para ser, além de parte da transmissão, um cara que vai abrir muitas portas para a gente lá. A gente chega muito cedo, né? Para fazer a cobertura praticamente em toda a semana anterior à final. E puxando um pouco a sardinha para o nosso lado, é bom que a empresa apostou já muito tempo atrás em um grupo de correspondentes, né? Não em apenas um ou dois.

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Então, no fim das contas, eu acho que a gente agrega muita coisa na transmissão. A Clara cobrindo o PSG muito de perto, o Arthur pegou a Inter de Milão e também fez um grande trabalho nas semifinais. Eu vou lá tentar dar uma de Arthur para cobrir a torcida. A gente tem sempre, além de trazer a equipe do Brasil para cá, o que deixa todo mundo parecendo criança, o que é maravilhoso, ver todo mundo tão feliz de estar na final de Liga dos Campeões, inclusive a gente. É bacana ver que a gente sempre tá com três correspondentes, no mínimo, para cobrir finais de Liga dos Campeões, porque eu acho que é um dos diferenciais da estrutura da TNT Sports. - Fred Caldeira

Reportagem

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